segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Um dia na vida de um paulistano

Hoje eu passei o dia todo quase sem pensar em português. De manhã fui ao shopping center comprar um training e um blazer. Na volta passei no pet shop e na lan house, onde fui baixar uns e-mails.
Infelizmente não deu tempo de almoçar em casa, onde haveria um belo capeletti al pesto e tive que me contentar com um fast food; depois de hesitar entre o Mac Donald’s, Subway, King’s Burger e Milk Mellow, optei por este porque ficava mais próximo do Blue Tree Park Hotel, onde eu tinha que ir para um workshop sobre call centers. Durante o coffee break (onde tomei uma Pepsi Light e comi alguns brioches) tive uma conversa com o CEO da Citroën sobre o valor do spread cobrado pelo HSBC.
A happy hour foi no Pandoro, que contratou uma nova hostess, muito simpática. Nem fiquei para a jam session programada para as 19 horas; tomei só um whisky on the rocks, porque estava querendo ir logo para casa para jogar squash no Wii.
Saímos para jantar; sushi nem pensar, fui logo dizendo, porque não gosto de comida japonesa. Pensamos em ir ao Martin Fierro, comer empanadas e bife de chorizo, mas decidimos gastar um pouco mais e fomos ao La Cocagne, um bistrô que serve um magnífico coq au vin; na sobremesa profiterolles e tiramisu.
Terminamos a noite no D- Edge para assistir a um pocket show.
Ao chegar em casa, liguei a TV no ESPN para assistir o vídeo tape de um jogo do playoff da Champions League, que passou ao vivo só no canal pay per view.
Apesar de estar com sono ainda fui postar este blog.
Ainda bem que tenho saúde para suportar esse ritmo de vida sem ficar com stress. "Mens sana in corpore sano" é o meu lema.




PMDB e PT


O texto a seguir é o de uma carta que mandei para o “Fórum dos Leitores” do Estadão, mas que não publicaram.

Ninguém que acompanhou a trajetória do PMDB na luta contra a ditadura e na campanha das “Diretas Já” poderia imaginar que aquele outrora tão admirado partido seria dominado por um bando de politiqueiros interessados apenas em se locupletar às custas do Erário. E agora estamos assistindo a um filme semelhante, protagonizado pelo PT, que ao afrouxar seu conceito de ética, está jogando seu passado no lixo”.
PMDB olhe para o PT e diga: - Eu sou você amanhã
.

Quem convive comigo sabe que votei no Lula em 2002 e me arrependi. Votei em branco em 2006 e acho que não vou nem votar em 2010.


Personal Friend

Falar da criatividade do brasileiro é lugar comum e vou citar mais um exemplo; um amigo de muitos anos, que porém raramente encontro, disse-me que seu trabalho é ser “personal friend”. Eu nunca tinha ouvido falar dessa profissão e confesso que fiquei admirado com a idéia.
Esse amigo é extremamente simpático, inteligente, culto, extrovertido e muito bem relacionado e descobriu um modo de usar esses atributos ajudando pessoas e ganhando dinheiro. Como ele faz isso? Vou dar um exemplo.
Imagine que alguém que tenha uma casa na praia queira comprar um barco, mas não entende nada de barcos; a probabilidade de comprar algo inadequado é muito grande. É aí que entra o “personal friend”; ele vai indicar o barco que atenderá exatamente o que a pessoa precisa. O personal não entende de barcos, mas conhece alguém que entende e que lhe dará todas as informações com muito prazer e sem cobrar nada; o personal as repassa ao cliente e ganha uma grana.
Assim como barcos, existem muitos itens de difícil escolha para quem não é do ramo e que não quer se basear na informação dos vendedores. Quantos de nós não ficamos em dúvida na hora de decidir sobre que hotel escolher para as férias de verão, que quadro comprar para a parede da sala, que raça de cachorro é melhor para a minha família e por aí adiante? Normalmente procuramos informações com parentes e amigos, mas nem sempre achamos quem pode dar uma dica segura.
Conhecendo bem seu cliente, o personal friend sabe quanto pode cobrar, garantindo que ele não se sentirá explorado; muito pelo contrário, fica agradecido e se torna um informante em potencial, aumentando assim o número de fontes do personal.
Outras vantagens dessa profissão: não precisa ter escritório, nem empresa, não paga impostos, não tem chefe nem horário. A desvantagem é que depende de propaganda boca a boca.
O que me admira é que, até onde sei, ninguém tentou essa atividade antes, pois é um belíssimo nicho de mercado totalmente inexplorado. Antes da popularização da Internet as fontes de busca mais procuradas eram as páginas amarelas e hoje temos também os super eficientes sites de busca, mas ambos são impessoais e nada interativos; eles têm, com certeza, um banco de dados muito maior do que o do personal, mas não tem o filling nem o interesse pessoal de bem atender. Por último, mas não menos importante, o personal valoriza o relacionamento humano e o convívio com as pessoas é uma das coisas boas da vida.
Em tempo: se alguém precisar dos serviços de um personal friend, terei muita satisfação em apresentar o meu amigo e não cobrarei nada pela informação.