quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Para quem tem tempo sobrando

A lei é igual para todos

É o que diz a constituição, mas no Brasil estamos cansados de ver que isso é uma grande mentira. Vou dar só um exemplo, que me veio à mente com a prisão do médico Roger Abdelmassih (acho que é assim que se escreve o nome do animal): quem tem curso superior não vai para a cadeia comum, mas sim para celas especiais. Duvido que em qualquer país medianamente civilizado exista lei semelhante.
Na minha opinião, essa lei constitui uma dupla injustiça: a cadeia deveria ser igual para todos, mas se for para fazer uma distinção, quem tem curso superior merece ir para as celas mais sórdidas.
Quem teve oportunidade de cursar uma faculdade está perfeitamente ciente das consequências de seus atos. Assim, um assassino diplomado me parece mais criminoso do que um ignorante; mais ainda, a maior parte dos crimes cometidos por pessoas instruídas é de caráter financeiro e não tem a justificativa de que roubou para dar de comer à sua família.
Como os que ainda lêem as bestagens que escrevo já perceberam, estou com a mania de reformar as leis deste país, mas desta vez não vou sugerir nenhuma alteração no Código Penal; no entanto, não acharia injusto que um criminoso diplomado fosse condenado a trabalhos forçados, tipo trabalhar na construção de estradas na Amazônia.
Falando sério, fico revoltado com pessoas instruídas que se valem de sua condição para transgredir a lei.
E se conseguirem pegar o Edir Macedo e os donos da Renascer? Também eles, que lesaram milhares de pessoas pobres e ignorantes, também irão fazer companhia ao juiz Lalau em celas com ar condicionado, room service e TV de alta definição?

Considerações sobre a gravata

O homem se considera um animal racional e, no entanto, usa gravata! Não consigo entender o motivo dessa auto flagelação, não tanto pela gravata, mas pelo maldito botão do colarinho apertando a garganta do infeliz.
Se a gravata fosse usada solta ainda seria tolerável; seria um enfeite tão dispensável como outro qualquer e não incomodaria o usuário.
As pessoas das classes sociais e econômicas mais altas normalmente usam gravata diariamente, dando a impressão que isso é um símbolo de seu status superior. Porém, seus motoristas, seguranças e os porteiros de edifícios luxuosos onde moram ou trabalham também andam engravatados e a gravata nesse caso tem caráter de subordinação.
Talvez o fato de esses funcionários serem obrigados a usar gravata seja uma malvadeza inconsciente de seus patrões. “Se eu tenho que usar essa porcaria, que os meus empregados também usem, afinal eles não são melhores do que eu”.E para aumentar o tormento ainda vestem ternos escuros, que absorvem mais calor, transformando o traje numa sauna.
A gravata é de uso quase universal, como se pode observar em reuniões da ONU, por exemplo; apenas alguns estadistas do oriente médio e o Evo Morales usam trajes típicos dos seus paises, numa demonstração inequívoca de que a estupidez humana ainda não achou seu limite.

Mais uma vez futebol

Sabe aquele jogador comum, às vezes até medíocre, que de vez em quando marca um golaço ou faz uma jogada brilhante, a imprensa diz que é craque e o povão acredita? Pois é, achei um nome para rotular esse tipo de jogador: peixe voador. O peixe voador passa 90% do tempo dentro do mar e, como nada pior que os outros, para fugir de predadores salta fora d’água e por alguns segundos se diferencia dos demais; em seguida volta para o mar, para sua vidinha medíocre. Não é uma boa comparação?
Alguns exemplos de peixes voadores atuais: Souza (ambos), Rycharlisson, Kleber Pereira, Obina, Washington, Dentinho.
Esses são peixes voadores sortudos, como alguns outros que foram até convocados para a seleção brasileira e tiveram carreira longa. Mas existiram muitos outros, prematuramente chamados de gênios e que na hora do pega prá capar desaparecem. No São Paulo houve um Marco Antonio, que foi considerado um novo Raí, mas não durou nem um ano; foi emprestado para um time do nordeste e sumiu. E o Lulinha do Corinthians, que era a esperança do clube para melhorar suas finanças, pois com sua alta categoria seria logo vendido por uma fortuna para algum time da Europa? Alguém sabe por onde anda o rapaz?
Acho uma crueldade o que a mídia faz com esses coitados, que acreditaram que são craques, já se imaginam ricos e famosos e de repente se deparam com a dura realidade. Será que o jornalista não pensa nisso quando fabrica um ídolo de pés de barro?